A combinação do crescimento populacional, hiper-materialismo, consumo generalizado de combustíveis fósseis e desenvolvimento tecnológico intensivo baseado no carbono foi a principal causa do processo de aquecimento global dos últimos 50 anos (Dias, Castro, Seoane, & Camargo, 2009). Segundo o Departamento de Educação Ambiental do Ministério do Meio Ambiente (DEA/MMA), é responsabilidade não só dos governos, mas também de todos os cidadãos, a mudança de postura em relação ao meio ambiente com vistas à minimização e possível reversão da influência antrópica nas mudanças climáticas globais, levando à constituição de uma sociedade de baixo carbono. Esse é um grande desafio, pois existe um distanciamento claro entre a compreensão do fenômeno das mudanças climáticas e a relação com o dia-a-dia das pessoas (Tamaio, 2010).
Neste contexto, a Educação Ambiental (EA) configura-se como sustentáculo para o alcance de uma abordagem crítica e transformadora do tema, possibilitando em um futuro próximo a massificação do esforço de mobilização e intensificação das ações da sociedade civil que alertem aos dirigentes do mundo sobre o papel que devem desempenhar na condução desse desafio emergente.
Essa proposta é baseada nos pressupostos e conceitos do Tratado de Educação Ambiental para Sociedades Sustentáveis e Responsabilidade Global (TEASS) e os pressupostos pedagógicos da Declaração Internacional de Educação Ambiental da Conferência Internacional de Tbilisi (Brasil, 1999, 2005). As atividades também pressupõem o conceito de educação ambiental holística, visando à transformação e aperfeiçoamento do indivíduo, além do entendimento dos fenômenos naturais de forma integral(Weil, 1991) e, portanto, à busca de alterações comportamentais, éticas e de valores devidas a ganhos cognitivos, de habilidades e do envolvimento emocional com os ecossistemas marinhos e costeiros.